Avaliação das características de lesões odontogênicas por meio da ressonância magnética de 3Teslas e tomografia computadorizada multislice / Assessment of odontogenic lesions imaging features in magnetic resonance imaging and multislice computed tomography

As lesões odontogênicas constituem achados relativamente frequentes na prática odontológica e são frequentemente investigadas inicialmente por meio de exames radiográficos bidimensionais. Todavia, tais exames apresentam limitações inerentes à sua técnica. Por conta disso, técnicas de imagem avançadas como a tomografia computadorizada multislice e a ressonância magnética podem e devem ser aplicadas para o estudo das lesões odontogênicas, otimizando hipóteses diagnósticas. Assim, o objetivo desta pesquisa foi estudar, por meio da ressonância magnética em imagens ponderadas em T1, STIR e difusão, e por meio da tomografia computadorizada multislice, considerando a escala de Hounsfield, os 3 tipos de lesões odontogênicas: o ameloblastoma, o queratocisto odontogênico e o cisto dentígero. O ameloblastoma também foi analisado considerando-se seus conteúdos internos (sólido e cístico) isoladamente. Para tal, foram estudadas retrospectivamente 71 imagens. Como resultado, observou-se que, por meio das imagens em ressonância magnética, especialmente ponderadas em STIR, foi possível a diferenciação do conteúdo sólido do ameloblastoma do seu próprio conteúdo cístico e do queratocisto odontogênico; e a diferenciação do conteúdo cístico do ameloblastoma do cisto dentígero. Ademais, os valores do coeficiente de difusão aparente são úteis na diferenciação dos conteúdos císticos entre os ameloblastomas de queratocistos odontogênicos e de cistos dentígeros. Por meio dos valores da escala de Hounsfield, foi possível a diferenciação dos ameloblastomas (considerando seus conteúdos sólidos e císticos em uma mesma análise) de cistos dentígeros e dos queratocistos odontogênicos. Os parâmetros analisados por meio destas técnicas avançadas de imagem possuem correspondência com os conteúdos internos das lesões estudadas, do ponto de vista histopatológico.

Do HIV patients have mandibular osteoporotic alterations? A mandibular cortical index case-control study / Pacientes com infecção por HIV tem alterações osteoporóticas na mandíbula? Um estudo caso controle utilizando o índice da cortical mandibular

Objective: The objective of this study was to evaluate mandibular osteoporotic alterations in patients with HIV infection in comparison to non-HIV-infected patients using panoramic radiographs. Material and Methods: 26 HIV-infected patients and 142 non-HIV-infected patients (control group) were included in this study. Panoramic radiographs of the participants were assessed considering mandibular cortical index (MCI). Non-parametric comparisons between groups were performed, using Mann-Whitney test, at a level significance level of p= 0.05. Results: HIV-infected patients presented lower bone mineral density (BMD) at mandible, assessed by MCI in panoramic radiographs when compared to non-HIV-infected patients. The medication intake of HIV-infected patients was highly heterogeneous and could not be associated to the low BMD presented in the mandibular cortex. Conclusions: HIV-infected patients may present lower mandibular BMD than non-HIV-infected patients. (AU)

Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações osteoporóticas mandibulares em pacientes com infecção por HIV comparando-os com pacientes não infectados, por meio de radiografias panorâmicas. Material e Métodos: 26 pacientes infectados pelo HIV e 142 pacientes não infectados (grupo controle) foram incluídos neste estudo. As radiografias panorâmicas dos participantes foram avaliadas considerando o índice da cortical mandibular (MCI). Comparações não paramétricas entre os grupos foram realizadas, com o teste de Mann-Whitney e nível de significância de p = 0,05. Resultados: Pacientes infectados pelo HIV apresentaram menor densidade mineral óssea (BMD) na mandíbula, avaliada pelo MCI em radiografias panorâmicas, quando comparados aos pacientes não infectados pelo HIV. A ingestão de medicamentos de pacientes infectados pelo HIV foi altamente heterogênea e não pôde ser associada à baixa BMD apresentada no córtex mandibular. Conclusões: Pacientes infectados pelo HIV podem apresentar BMD mandibular menor do que pacientes não infectados pelo HIV. (AU)

Gardner syndrome imaging features in plain radiographs and computed tomography: a case report / Síndrome de Gardner: Características imaginológicas por meio da radiografia convencional e tomografia computedorizada

Gardner syndrome (GS) is a genetic disease with high penetration characterized by a signal triad of colonic polyposis, multiple osteomas and mesenchymal tumors in the soft tissues and skin. The colonic polyposis is associated to the development of malignant disease. Patients may also present maxillomandibular alterations such as impacted teeth, supernumerary teeth, congenital missing teeth and odontomas. Bone lesions and maxillomandibular alterations usually precedes the gastrointestinal alterations; hence dentists should be aware of GS syndrome main radiographic signals, in order to detect the disease and proper referred the patient to medical treatment and surveillance. Thus, in this report, it is described a case of GS in a male patient, as well as discussed GS features.(AU)

A síndrome de Gardner (GS) é uma doença genética caracterizada pela seguinte tríade: polipose colônica, múltiplos osteomas e tumores mesenquimais em tecidos moles e pele. A polipose colônica está associada ao desenvolvimento de tumores malignos. Os pacientes também podem apresentar alterações maxilomandibulares, como dentes impactados, dentes supranumerários, agenesia congênita e odontomas. Lesões ósseas e alterações maxilomandibulares geralmente precedem as alterações gastrointestinais; portanto, os dentistas devem estar cientes dos principais sinais imaginológicos da GS, a fim de detectar a doença e encaminhar adequadamente o paciente para tratamento. Neste relato de caso é descrito um caso de GS em um paciente do gênero masculino, além de discutir as características da GS.(AU)

Do Patients with Osteoporosis Have Higher Risk to Present Reduced Alveolar Ridge Height? An Imaging Analysis

Background: Osteoporosis and periodontitis are both diseases that induce bone resorption. The objective of this study was to verify through panoramic radiography analysis whether patients with osteoporosis have a greater risk of periodontal disease (horizontal alveolar bone defect and vertical alveolar bone defect) when compared with patients without osteoporosis. Methods: In all, 100 women were selected: 50 with osteoporosis (T-score < -2.5 DP) and 50 without osteoporosis (T-score > -2.5 DP), using the T-score of proximal radius. Logistic regression test was performed to assess the risk of panoramic radiographic periodontal defects (horizontal and vertical bone defect), age, and bone mineral density influence. Results: Advanced age women were three times more likely to present osteoporosis. Patients with osteoporosis have significantly higher risk (4.46 times) of presenting horizontal alveolar bone defect. Vertical alveolar bone defect results were nonsignificant. Conclusion: Our study results corroborate the literature trend that osteoporosis may influence the progression of alveolar ridge height loss (horizontal alveolar bone defect). Panoramic radiography may be used as a screening tool to help the diagnosis of periodontal bone loss in patients with osteoporosis.

Periodontal disease defects and mandibular cortical index in lupus patients / Defeitos ósseos periodontais e índice da cortical mandibular em pacientes com lupus

Introduction: Systemic lupus erythematosus is an autoimmune disease that affects multiple organs. It is well known that lupus patients have higher risk of osteoporosis, but if the disease affects mandibular cortical bone and alveolar bone is not fully established. Objective: The objective of this study was to evaluate periodontal disease defects and mandibular osteoporotic alterations in patients with lupus as compared to healthy patients using panoramic radiographs. Material and Methods: The panoramic radiographs of 72 patients with lupus and 360 healthy patients were evaluated for the presence of bone loss secondary to periodontal disease, classified as horizontal and vertical bone loss. We also assessed mandibular osteoporotic alterations by using the mandibular cortical index. Logistic regression analysis was applied to estimate the risk of mandibular osteoporotic alterations as well as horizontal and vertical bone loss in patients with lupus as compared to healthy patients. Results: There were no statistically significant differences between groups in the presence of horizontal bone defects and mandibular cortical indexes. However, patients with lupus demonstrated that patients with lupus were 2.17 more likely to present vertical bone loss than healthy patients. Conclusions: Patients with lupus might have higher risk of vertical bone loss than healthy patients due to pathophysiology of their disease. Further larger prospective studies should be performed to confirm our findings (AU)

Introdução: Os lúpus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune que afeta múltiplos órgãos. Pacientes com lúpus têm maior risco de osteoporose, mas é necessário elucidar-se como a doença afeta o esqueleto maxilo-mandibular. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar defeitos ósseos por doença periodontal e alterações osteoporóticas mandibulares em pacientes com lúpus, em comparação com pacientes saudáveis, utilizando-se radiografias panorâmicas. Material e Métodos: As radiografias panorâmicas de 72 pacientes com lúpus e 360 pacientes saudáveis foram avaliadas quanto à presença de defeitos ósseos verticais e horizontais por doença periodontal. Foram também avaliadas as alterações osteoporóticas da mandíbula por meio do índice da cortical mandibular. A regressão logística foi aplicada para estimar o risco de alterações osteoporóticas mandibulares, bem como a perda óssea horizontal e vertical em pacientes com lúpus, em comparação com pacientes saudáveis. Resultados: Não houveram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos no tocante à presença de defeitos ósseos horizontais quanto à redução da densidade mineral óssea aferida por meio do índice da cortical mandibular. No entanto, pacientes com lúpus apresentaram 2,17 mais risco à perda óssea vertical do que pacientes saudáveis. Conclusões: Pacientes com lúpus podem ter maior risco de apresentar defeito ósseo vertical do que pacientes saudáveis devido à fisiopatologia de sua doença. Novos estudos prospectivos devem ser realizados para confirmar estes achados (AU)

Evaluation and Correlation between craniofacial bone densities and C1 and C2 cervical vertebrae using multislice computed tomography / Avaliação e Correlação entre as densidades ósseas craniofaciais e vértebras cervicais C1 e C2 por meio de tomografia computadorizada multislice

Objective: To evaluate the use of computed tomography (CT) as an osteoporosis screening tool, evaluating the relation between the bone mineral density (BMD) from maxilla and mandible with the cervical vertebrae, using the Hounsfield units (HU). Material and Methods: It was included in this study a convenience sample of 118 multislice CT examinations from patients who underwent maxilla, mandible and cervical vertebrae (C1 and C2) simultaneously scans. For each patient, the following regions on both sides of head CT scans were assessed in sagittal slice: above maxillary central and lateral incisors apexes; maxillary tuberosity; mandible head; mandible body endosteum; mandible body trabeculae and vertebrae C1 and C2. HU were measured in each area using a 0.5 cm region of interest (ROI) positioned in the center of the slice. Results: It was verified that there is a correlation between the BMD of the C1 and C2 vertebrae and the anterior region of the maxilla. It was not found correlation between the vertebrae, C1 and C2, and the other structures analyzed. Conclusions: This study showed that this method can be a good screening tool to diagnosis of osteoporosis, when evaluated the correlation between C1 and C2 vertebrae and anterior region of maxilla. More studies are necessary to evaluate the possibility of using CT as an osteoporosis screening tool. (AU)

Objetivos: Avaliar o uso da tomografia computadorizada como ferramenta de rastreamento da osteoporose, avaliando a relação entre a densidade mineral óssea da maxila e mandíbula com as vértebras cervicais, utilizando as unidades de Hounsfield. Material e métodos: Neste estudo foram incluidos uma amostra de 118 pacientes submetidos à exames de tomografia computadorizada multislice que apresentavam as estruturas anatomicas da maxila, mandibula e as vértebras cervicais (C1 e C2) simultaneamente. Para cada paciente, as seguintes regiões dos dois lados da tomografia computadorizada da cabeça foram avaliadas em corte sagital: acima dos ápices dos incisivos centrais e laterais superiores; tuberosidade maxilar; cabeça da mandíbula; endósteo do corpo da mandíbula; trabéculas do corpo da mandíbula e vértebras C1 e C2. As unidades de Hounsfield foram medidas em cada área usando uma região de interesse de 0,5 cm (ROI) posicionada no centro do corte. Resultados: Verificou-se uma correlação positiva entre a densidade mineral óssea das vértebras C1 e C2 e a região anterior da maxila. Não foram encontradas correlação entre as vértebras C1 e C2 e as demais estruturas analisadas. Conclusão: Este estudo mostrou que esse método pode ser uma ferramenta de triagem para o diagnóstico de osteoporose, quando avaliada a correlação entre as vértebras C1 e C2 e a região anterior da maxila. Mais estudos são necessários para avaliar a possibilidade do uso da tomografia computadorizada como ferramenta de rastreamento da osteoporose. (AU)

Does type 2 diabetic osteoporotic patients present more periodontal risks than non-osteoporotic patients? An evaluation with mandibular cortical index (Klemetti)

Aim: This study aim was to evaluate if patients with type 2 diabetes and osteoporosis have an increased risk of periodontal disease (horizontal and vertical bone loss) when compared to diabetic patients without osteoporosis. Additionally, to assess if patients with diabetes and osteoporosis have a greater risk of reduction of bone mineral density in the mandible, expressed by mandibular cortical index (MCI) when compared to diabetic patients without osteoporosis. Methods: 59 patients (39 diagnosed with type 2 diabetes and osteoporosis; 20 diagnosed with type 2 diabetes and without osteoporosis) were selected. Type 2 diabetes was previously diagnosed by glycated hemoglobin examination and osteoporosis by peripheral dual-energy x-ray absorptiometry. Mandibular cortical index, as well as the presence of vertical and horizontal bone loss was verified on panoramic radiographs. Adjusted odds ratio analyses were performed on presence of periodontal disease and MCI considering the effect of osteoporosis. Results: Absence of statistical significance between variables was found. Conclusions: There is no difference between the risk of periodontal disease or low MCI among osteoporotic and non-osteoporotic type 2 diabetic patients

Bone mineral density and mandibular osteoporotic alterations in type 2 diabetes / Densidade mineral óssea e alterações osteoporóticas na mandíbula em pacientes diabéticos do tipo 2

Objective: To assess the influence of type 2 diabetes on bone mineral density in a group of type 2 diabetic patients, in comparison with non-diabetic patients. Additionally, to evaluate the correlation between mandibular cortical index and bone mineral density. Material and Methods: 48 patients (24 diabetics and 24 non-diabetics) referred for femur and spine densitometry and panoramic radiograph examination were included in this study. Patients were diagnosed based on densitometric results of the total femur and total spine. All panoramic radiomorphometric measurements were performed by 3 observers. Differences in T and Z-scores between both groups were evaluated with Mann-Whitney test and non-parametric correlations between mandibular cortical index and T/Z-scores were carried out with Spearman's test. Results: Median T and Z-scores for total femur and total spine presented no statistical significant difference between diabetic and nondiabetic patients. In addition, only diabetics total femur and non-diabetics total spine T-scores were significantly correlated with mandibular cortical index. Conclusion: The present results suggest that type 2 diabetic patients have similar Z and T-scores in femur and spine when compared to non-diabetic patients. Mandibular cortical index, assessed on panoramic radiographs is inversely correlated with femur densitometry results in diabetics and spine bone mineral density in nondiabetic patients. (AU)

Objetivo: avaliar a influência do diabetes tipo 2 na densidade mineral óssea em um grupo de pacientes diabéticos do tipo 2, em comparação com pacientes não diabéticos. Adicionalmente, analisar a correlação entre o índice cortical mandibular e a densidade mineral óssea. Material e Métodos: 48 pacientes (24 diabéticos e 24 não diabéticos) que realizaram densitometria óssea de fêmur e coluna vertebral e exame radiográfico panorâmico foram incluídos neste estudo. Os pacientes foram diagnosticados com base nos resultados densitométricos do fêmur total e da coluna total. Por meio das radiografias panorâmicas, 3 observadores avaliaram o índice da cortical mandibular. Diferenças em T e Z scores entre os dois grupos foram avaliadas com o teste de MannWhitney e as correlações não paramétricas entre o índice cortical mandibular e os scores da densitometria foram verificadas por meio do teste de Spearman. Resultados: A mediana dos T e Z-scores para fêmur total e coluna total não apresentaram diferença estatisticamente significante entre diabéticos e não-diabéticos. Além disso, houve correlação significativa com o índice da cortical mandibular somente os T-scores de fêmur total do grupo de pacientes diabéticos e de coluna total dos paciente não-diabéticos. Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que pacientes diabéticos tipo 2 tem densidade mineral óssea aferida por meio de densitometria óssea do fêmur e coluna total semelhantes aos não-diabéticos. O índice cortical mandibular, avaliado em radiografias panorâmicas, foi inversamente correlacionado com os resultados da densitometria do fêmur em pacientes diabéticos e da densitometria de coluna total de pacientes não diabéticos. (AU)